R.I.P.

Há qualquer coisa de angustiante no monótono bater dos segundos.

Um atrás do outro, em estilo fuzilamento. Como um lembrar constante de que o filme vai chegar ao fim a qualquer momento.

Menos um segundo que se dá a respirar.

Vá, despacha-te, o tempo está a contar. Depressa, queremos andar.

E nesse atropelar do pensar, a racionalidade magoa-se e o medo ri-se sozinho.

Continua a bater.

Sempre igual, sem história, sem cor ou sabor. Mas, no entanto, nunca igual, sempre com tanto para contar, pintado de todas as cores, e recheado de tantos sabores distintos. Preso no seu ressoar.

Aqui jaz o meu eu, que quer contar cada segundo como se o pudesse agarrar e prender numa gaiola de esperança forrada com tempo para tudo.

My photo
areservamental@gmail.com