Seduz-me esta inconsistente enormidade dos sempre tão curtos dias de verão.
Quero sempre fazer mais do que aquilo que o dia me permite. Como se lhe aprouvesse (ao dia) erigir barreiras incontornáveis aos mais primários desejos humanos.
Inconsolada com tamanha desfaçatez, congemino planos que sei à partida que vão falhar.
De todos que já congeminei, o meu preferido é o da viagem intemporal à volta do mundo, poisando apenas em sítios onde o sol quase nunca dorme. Viver no sol, criando a doce ilusão de poder prolongar os dias a meu bel prazer.
Há, contudo, um claro inconveniente em tudo isto. Que me importe, é certo. Tirando tudo o resto, e se mais nada houvesse, sempre se diria que a falta da noite fatalmente se erigiria numa lacuna monstruosa.
Chego a temer, que sem o sereno conforto da lua como pano de fundo, pudesse perder a cabeça. Perder o tino, digo. Já perdi, dizes.
Em discutidos chavões abraçamo-nos. Ao fundo o sol enrubesce num avassalador laranja que me encandeia o coração. O olhar, esse, está em ti. E por um segundo, penso que o dia foi mais que suficiente. Vinte e quatro horas ganhas num segundo. Num abraço. Como te disse, seduz-me esta inconsistente enormidade dos sempre tão curtos dias de verão.
Quero sempre fazer mais do que aquilo que o dia me permite. Como se lhe aprouvesse (ao dia) erigir barreiras incontornáveis aos mais primários desejos humanos.
Inconsolada com tamanha desfaçatez, congemino planos que sei à partida que vão falhar.
De todos que já congeminei, o meu preferido é o da viagem intemporal à volta do mundo, poisando apenas em sítios onde o sol quase nunca dorme. Viver no sol, criando a doce ilusão de poder prolongar os dias a meu bel prazer.
Há, contudo, um claro inconveniente em tudo isto. Que me importe, é certo. Tirando tudo o resto, e se mais nada houvesse, sempre se diria que a falta da noite fatalmente se erigiria numa lacuna monstruosa.
Chego a temer, que sem o sereno conforto da lua como pano de fundo, pudesse perder a cabeça. Perder o tino, digo. Já perdi, dizes.
Em discutidos chavões abraçamo-nos. Ao fundo o sol enrubesce num avassalador laranja que me encandeia o coração. O olhar, esse, está em ti. E por um segundo, penso que o dia foi mais que suficiente. Vinte e quatro horas ganhas num segundo. Num abraço. Como te disse, seduz-me esta inconsistente enormidade dos sempre tão curtos dias de verão.
«það besta sem guð hefur skapað er nýr dagur» (the best thing God has created is a new day).
Soundtrack : Sigur Rós - við spilum endalaust (we play endlessly)
