Na minha pele.





Visto-me de pele para mascarar toda a engrenagem que me permite existir. Uma espécie de aconchego para mecânicos falhados que há muito deixaram de se preocupar com o como, antes procurando incansavelmente o porquê.

A pele que habito veste-se das estações que me visitam, ano após ano, que a esperança não fenece. E se o acaso nos corrompe, emoções à flor da pele, despe-se a porta do que se tinha fechado e arranca-se à máquina o que a tinge, que a alma é claustrofóbica e precisa de espaço.



Ou de como num dia se é o Pedro e no outro, o lobo.




* Gulbenkian.





My photo
areservamental@gmail.com