Les petits mouchoirs (pequenas mentiras entre amigos) é um retrato sagaz de alguns dos dilemas existenciais que podem ressaltar das relações de amizade.
Tocados pela realidade de uma história que podia ser a nossa, revemo-nos vezes demais nos pequenos episódios que de forma deliciosa nos imitam a cumplicidade, o egoísmo, a partilha, o carinho, a lealdade, o engano, a paixão, o aborrecimento, a fraqueza, as contrariedades, os desgostos, as arrelias, a afeição e por daí em diante, que amizade é uma palavra que se desdobra em inúmeras outras.
Todos temos segredos, fragilidades que não queremos expor, egoísmos que pretendemos dissipados. Amizade nem sempre rima com frugalidade.
E os amigos, esse equilíbrio que nos mantém à tona, são apenas seres como nós, ainda que nos desdobrem o ser numa edição limitada, versão melhorada de nós mesmos..
Mais do que as minhas lágrimas, do filme ficaram-me as suas gargalhadas. Mais do que as discussões, os egoísmos, os desencontros, as divergências. Mais do que os silêncios, os amuos, as implicâncias.
Acima de tudo, e ainda que ligados pelo inquebrável laço da dor, do sofrimento, da compreensão, foram sempre as gargalhadas, as genuínas, que acabaram por os unir.
A verdade é que haja o que houver, só com os amigos conseguimos rir na dor.
* Dr. House.
** Estoril.
