Sparkle.


De frente. É sempre assim que quero que me olhes.
Não empates nem tentes disfarçar. Não sejas envergonhado nem queiras divagar.
Olha para mim.
Nos meus olhos tens a minha verdade do mundo toda ao teu dispor. Sem rodeios. Admito que talvez com alguns devaneios. Mas já me conheces, sabes que gosto de deixar livre a minha imaginação.
Deambula pela minha íris durante o tempo que quiseres. Não é um jogo de força. Não é intimidante ou sequer entediante, só talvez extasiante.
Adoro que me olhes assim.
Faz-me sorrir, feita parva, e permite-me fotografar-te, etéreo, no meu rolo inesgotável da memória. Cada olhar teu é uma nova caminhada em que te percorro o ser. Marco constantemente o caminho com sinais que me permitam voltar a ti. Gosto de começar por te escalar a parte de trás do pescoço e parar naquela covinha onde o teu cheiro se afunda e me leva com ele. Ainda insatisfeita, mordo-te de leve a orelha, devagarinho, como num sussurro.
E quando te viro para mim perco o sentido de orientação e o norte – e sei que aqui não posso pedir informações.
Consegues sempre cercar-me com esse olhar de desafio.
E nesse brilho provocante dos teus olhos, não há nada a fazer. Rendo-me.






* Diogo.
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