Dioptrias do coração.


Constato, no intervalo de um milhar de pestanejos diários, que preciso de outros olhos.

Enquanto te vir através dos meus não há nada a fazer – a lucidez com que vejo tudo o resto absorve a pouca energia que me não sugas e nesse suave pestanejar viro míope e foco a tua imagem cedo demais, ainda antes de esta me chegar à retina.

Ainda que sejas fraco, a verdade é que te desfoco sempre as incertezas e te tornas rei ao meu olhar.

Contas feitas, acabas por ser o resquício mais lúcido do meu míope coração.

Serás sempre diferente – aos meus olhos.

 
 
* Leonor.
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