Faço companhia à tua alma solitária e satisfaço esse teu incontido desejo.
Em dias de sol abandonas-me à vida, sem aquele medo de me perder que te enche os olhos no resto dos dias.
E eu, tentada a virar-te as costas, com ganas de nunca mais ter de te olhar, fico por ali às voltas, a lamber as próprias feridas, e a aguardar pacientemente o segundo em que a tristeza te voltar a atacar e a solidão te amedrontar o espírito.
É sempre aí que me abres a porta e eu, rendida, não consigo não entrar.
* Inês.