I took the stars from my eyes, and then I made a map.

Estão 30 graus à sombra da lua – confirmo no termómetro que está pendurado debaixo do telheiro.

O barulho do silêncio compete ferozmente com o canto dos grilos, o brilho das estrelas e o cheiro da relva molhada – misturado delicadamente com o odor da terra, do calor, e do céu.

Corre uma brisa, apenas suave.
O suficiente para misturar coordenadas e latitudes desenfreadamente perdidas.

Tenho sempre a secreta esperança que o teu cheiro venha num qualquer vento quente que sopra de leste.
Só porque me esqueço que o teu cheiro mora na ponta do meu nariz.
Ainda que não pague renda.

Se disser que queria estar em qualquer outro lugar, minto.
Se aqui estivesses sentado, de certo me darias razão.

A cadeira baloiça delicadamente.
Inspiro com sofreguidão esta noite que se oferece recheada de esperança.
Por um amanhã que promete, nascido de um ontem que se não esquece.

Que a vida é isto, este momento de agora, que se quer para sempre, mas que vale porque sabemos que passa.

E neste passar de slides com que me entretenho, espero sempre o próximo, aquele em que te repetirás.
Não num momento, que esses passam, mas na essência, que seja a mesma.

Foi por isso que me apaixonei.

 
* «(...) and knew that somehow i could find my way back / then i heard your heart beating, you were in the darkness too / so i stayed in the darkness with you» - Cosmic Love - Florence and the machine.
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