São sorrisos.
Pediste-me para te responder a uma pergunta simples.
Sem noção do que me pediste, contorci-me em dúvidas existenciais e dilemas perigosamente tilintantes que ainda hoje me ecoam no coração.
Ao fim de um hiato de tempo que me pareceu uma vida, acho que finalmente te consigo responder.
São sorrisos teus que me fazem levantar os pés do chão.
Sabes que comigo, não precisas de fazer grandes malabarismos.
Não tens de te equilibrar em trapézios de gelo nem virar o mundo do avesso.
Basta-te sorrir. Como num jogo de dominó, o efeito é imediato. Sorrio.
Descobri que são sorrisos a tua melhor característica.
Sorris para cima e para baixo; de lado, de frente, de costas. Sorris com jeito e sem ele, com uma enorme e indisfarçada timidez, daquela que nos assola ao primeiro olhar e nos desola qualquer resquício de mau humor.
Esmiúço cada sorriso que em ti explodiu e que me eclodiu o sentir.
Não há melhor invasão que a gerada pelo teu sorriso. Dás-me ganas de te querer sempre a sorrir.
Se pudesse, guardaria, sem guardar, todos e cada um dos teus sorrisos dentro de uma caixa, para sempre os poder contemplar.
De entre tanta coisa que podia escolher, no fim, tinhas razão. Era uma pergunta simples.
São sorrisos, Senhor.
* Inês.
