Basta um rasgo de ti para me congelar um momento.
Seja o teu calor, a tua voz, um olá escrito numa linha, ou o simples e casual rodopio no ar de uma tua qualquer melodia ou de um teu qualquer cheiro.
E assim, num milésimo de segundo do teu tempo, congelas o meu momento num indefinidamente que perdura para além do meu querer.
Descubro, entre o atordoada e o satisfeita, que és tu quem cria os teimosos rasgos da minha memória. Os que quero recordar para aquele tal de sempre.
Quando tenho frio, nada me aquece mais que esses teus rasgos de gelo com que paraste o tempo. O meu tempo.
É tão quente a saudade.
* Edgar Allan Poe.
* Obrigada Francisco.
