Transitas em espaços abertos como parasitas a quem deram ordem de soltura.
Aqui e ali, protegidos apenas pelas máscaras da fingida indiferença, tentamos sobreviver.
Um olhar para o lado, um gesto mais frio…tentamos de tudo para que te esqueças de nós.
Em dias de insana lucidez, julgamo-nos tentados a suplicar-te atenção.
Mas nesses, és tu quem nos desdenha a existência.
Cruel, passas-nos ao lado, sem perder essa pose, rasgada em irónicos sorrisos.
E então, chega o dia em que cansados, desistimos de fugir, e em que tu, cheio de vitalidade, desistes de fingir.
Aí, revelas a tua verdadeira essência e identidade – és pura e simplesmente dor.
Sempre me disseram que o Amor era assim.
Deveria ter prestado atenção.