Mapa.


Quando te deixei para trás, decidi que era para sempre.
Mas palavra tão grande vacilou na minha assertividade.
Disfarçadamente, se não de alguém, de mim mesma, fui deixando um rasto, como nas histórias de encantar. O que tinha na mão eram pedaços do brilho com que maravilhavas quem ousasse notar.
Indecisa entre te deixar cair no agora, ou no para sempre que me agoniava o sonho, fui largando ao vento as réstias de luz que deixavas soltar. Uma após uma, sem aparente ordem geográfica.
Enchi de ti o céu onde me ameaçavas perder.
Agora quando olho, sei sempre por onde andas. E não há maneira de me perderes.
Os outros chamam-lhe estrelas.
Eu chamo-lhe saudade.




Soundtrack: Kings Of Convenience - Love is no big truth.

Agradecimento especial: M.J.

Edição de fotografia: Paulo Silva.
My photo
areservamental@gmail.com