Bom senso, dizes tu.
Não sei do que é que estás a falar.
Há palavras que não se cruzam, não se conjugam. Há palavras que se contradizem, que são antónimos.
Assim «bom senso» e «amor».
E o que eu te amava, não há dúvidas.
Sem qualquer resquício de bom senso. Daquele amor irracional, descontrolado, assoberbado, avassalador, desnorteado. Fora de série. Fora do mundo. Fora de mim. Daquele amor de verdade.
Lembro-me de mais uns quantos adjectivos para o descrever, mas acho que percebeste a ideia.
O bom senso não é para aqui chamado.
Pelo menos não agora, talvez depois, talvez mais tarde.
Tinhas de ter dado algum avanço ao amor, para amadurecer e gastar os dias. Ao invés, quiseste que os dias o gastassem. Gastaste-me. A paciência, digo.
A vontade sabes tu que não se gasta com bom senso. Antes se enfatiza.
Bom senso?! Mas porquê?! A que propósito?! Queres explicar-me, por favor?
Os teus olhos não pediam bom senso. O teu toque não evocava bom senso.
A escassa linha de ar que teimava em nos separar pedia tudo, menos bom senso.
Acho que aprendeste isso agora. Manias novas.
Deves tê-lo ouvido em algum lugar. Gostas sempre de notificar palavras que te enchem o ouvido.
E agora, que paraste para pensar, queres poder fazer tudo de novo. Como se isso fosse possível. Como se o meu sangue conseguisse parar outra vez de correr. Como se os momentos se reinventassem. Como se fossemos os mesmos e eu tivesse a infinita paciência que me precedia o ser.
Agora queres tudo de volta. Perdeste a cabeça.
Pergunto-te uma coisa, onde está o teu bom senso agora?
Não sei do que é que estás a falar.
Há palavras que não se cruzam, não se conjugam. Há palavras que se contradizem, que são antónimos.
Assim «bom senso» e «amor».
E o que eu te amava, não há dúvidas.
Sem qualquer resquício de bom senso. Daquele amor irracional, descontrolado, assoberbado, avassalador, desnorteado. Fora de série. Fora do mundo. Fora de mim. Daquele amor de verdade.
Lembro-me de mais uns quantos adjectivos para o descrever, mas acho que percebeste a ideia.
O bom senso não é para aqui chamado.
Pelo menos não agora, talvez depois, talvez mais tarde.
Tinhas de ter dado algum avanço ao amor, para amadurecer e gastar os dias. Ao invés, quiseste que os dias o gastassem. Gastaste-me. A paciência, digo.
A vontade sabes tu que não se gasta com bom senso. Antes se enfatiza.
Bom senso?! Mas porquê?! A que propósito?! Queres explicar-me, por favor?
Os teus olhos não pediam bom senso. O teu toque não evocava bom senso.
A escassa linha de ar que teimava em nos separar pedia tudo, menos bom senso.
Acho que aprendeste isso agora. Manias novas.
Deves tê-lo ouvido em algum lugar. Gostas sempre de notificar palavras que te enchem o ouvido.
E agora, que paraste para pensar, queres poder fazer tudo de novo. Como se isso fosse possível. Como se o meu sangue conseguisse parar outra vez de correr. Como se os momentos se reinventassem. Como se fossemos os mesmos e eu tivesse a infinita paciência que me precedia o ser.
Agora queres tudo de volta. Perdeste a cabeça.
Pergunto-te uma coisa, onde está o teu bom senso agora?
Soundtrack: Cat Power - No sense.
Agradecimento especial: Gicas