Curtas-metragens.


Deita-te aí.
Que te acolha o colchão do esquecimento.
Estende a manta do aconchego e pinta-te de calma.
(…)
São cinco as infrutíferas tentativas que faço para te acordar.
Experimento, então, sussurrar. Desespero de causa tornado suspiro.
Oiço-te mexer. Treme-te a pálpebra e voa-te um cabelo incandescente sobre a nuca.
Finjo que não sei que estás a fingir. Tudo para te fazer sorrir a alma.
Sopro-te então ao ouvido, um sopro frio que te invade ao arrepio. Cheio, não vazio.
Indignado decides denunciar-te. Começa a guerra. E nessa, quem vai, dá e leva.
Enlevada nesse teu jeito, já me conseguiste ganhar. Com tanta antecedência, diga-se.
Faço teatro homérico, para que sintas a vitória. Quanta glória te encherá de brilho.
No fundo é egoísmo, quem ganha sou eu. Tens um sorriso de encher o céu.
Deita-te aí. Vamos fazer tudo de novo.
Soundtrack: Coldfinger - Cover sleeve.
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